Edite aka Dites aka "Supercapitana"

Edite Fernandes é um dos nomes mais sonantes do panorama actual do futebol feminino. Já representou várias equipas em diversos campeonatos, agora está de regresso ao SC Blue Heat, dos Estados Unidos América, após ter defendido as cores da equipa espanhola do Prainza de Zaragoza. A Capitã da seleção nacional já tem 100 internacionalizações.

10 dezembro 2011

Edite Fernandes entrevistada pela Rádio Sim Foz do Ave.

Edite Fernandes é uma das convidadas da Rádio Sim Foz do Ave.

Rádio Sim Foz do Ave (parceria com a Renascença), hoje no Programa "Vozes com Rosto" das 20h às 21h com a convidada "Edite Fernandes". Uma hora à conversa, a "História" e onde tudo começou. Não percam!

Link:http://www.radios.pt/portalradio/radios/R%C3%A1dio+Sim+Foz+do+Ave/


02 dezembro 2011

Entrevista dada à MONTRA DE TALENTOS. O outro lado da capitã EDITE.

A ENTREVISTA DE UM SIMBOLO: EDITE FERNANDES
Montra de Talentos, Novembro 2012

ENTREVISTA À CAPITÃ DA SELEÇÃO NACIONAL DE FUTEBOL, EDITE FERNANDES. UMA DAS CARAS MAIS IMPORTANTES DA MONTRA DE TALENTOS.

Depois de entrevistar a capitã da seleção nacional de futsal, Rita Martins, representada pela Montra de Talentos, chegou o momento da capitã da seleção de futebol.

Caso para dizer: "o que dizem os seus olhos".

Para a Montra de Talentos é um orgulho imenso ter o apoio destas 2 jogadoras que são símbolos do futsal e futebol feminino. Rita Martins e Edite Fernandes as duas experientes capitãs das seleções de futsal e futebol explicam porque se aliaram à Montra de Talentos. Um honra tremenda. Obrigado

Montra de Talentos: Quem é a Edite Fernandes?

Edite Fernandes: É mais fácil serem as outras pessoas a responderem a esta pergunta, não. Não gosto de falar de mim, prefiro que os outros tenham algo a dizer sobre a minha pessoa.

MT: A Edite Fernandes é considerada uma das melhores jogadoras Portuguesas da atualidade. Tem noção do que representa para o futebol feminino português?

EF: Talvez tenha um pouco essa noção, ou vá tendo, mas no entanto não é com esse intuito que trabalho diariamente, trabalho apenas para que possa ajudar a evolução do nosso futebol feminino, sempre no sentido positivo

MT: O que significa o futebol na sua vida e o que abdicou para jogar futebol?

EF: O futebol na minha vida é tudo, no dia que deixar de jogar, deixarei de “respirar”, é realmente o que me faz feliz e desfruto muito daquilo que faço. Já abdiquei de muita coisa, desde a minha vida profissional até á minha vida pessoal, mas não me arrependo nem um só momento disso, porque o fiz com a plena consciência de que era o melhor para mim.

MT: A Edite é a capitã da seleção nacional, o que representa esse facto e que significado tem representar a seleção das quinas?

EF: Ser capitã da nossa seleção é de facto um orgulho enorme e um prazer. Mas como costumo dizer a toda a gente, é muito fácil ser capitã desta seleção, deste grupo, é de facto um grupo muito bom, de grandes atletas e de grandes seres humanos. A cada dia que passa sinto mais orgulho nesta seleção que chamo de “família”. Representar a seleção é um dos pontos altos de qualquer atleta de alta competição e eu não fujo á regra, sinto um enorme orgulho em representar a nossa camisola, o nosso País.

MT: Quando e como foi a sua estreia na selecção AA e que sente quando ouve o hino?

EF: A minha estreia foi em 1997 contra a Bélgica em Cantanhede e foi uma sensação que até hoje não consigo descrever, porque foi muito emocionante. Ouvir o hino é das melhores sensações que tenho sempre e quando represento a nossa seleção, é muito emotivo. Falar disto arrepia-me, como neste momento.

MT: Que análise faz do futebol feminino em Portugal e da selecção nacional e o que mudava para melhorar o futebol português?

EF: O futebol feminino em Portugal penso que está a evoluir, mesmo que seja muito devagar, têm se visto alguma evolução e tem existido algumas conquistas, como é o caso de há dois anos para trás a Taça de Portugal ter a realização no Jamor, os quadros competitivos tiveram algumas mudanças. Agora em relação a mudar o nosso futebol, penso que não serei a pessoa indicada para falar sobre isto, haverá outras pessoas com maiores capacidades do que eu para fazer essas alterações e levar o futebol feminino longe. Tenho a minha opinião pessoal, como é obvio, mas não a quero tornar publica. Prefiro que as pessoas que estejam á frente do nosso futebol façam o que seja necessário para que haja uma maior evolução.

MT: Foi recentemente condecorada com a Medalha de Mérito da sua cidade natal, Vila do Conde pelo Presidente da Camara Municipal, algo notável em Portugal considerando que raramente há este reconhecimento. O que sentiu com este gesto?

EF: Sem dúvida recebi com bastante emoção e com enorme orgulho. É de facto o reconhecimento da minha Cidade ao meu trabalho ao longo destes anos. Foi um momento emocionante que jamais vou esquecer. São estes detalhes que marcam. Agradeço este gesto ao Senhor Presidente Mário Almeida. Foi um dia muito feliz para mim e a minha família, porque vive intensamente a minha carreira.

MT: Podemos afirmar que a Edite é das jogadoras mais experientes e profissionais da atualidade. Quantos e quais clubes já representou?

EF: Já representei vários clubes de vários países, como por exemplo : Espanha (Antigua FC, Estudiantes de Huelva,Prainsa Zaragoza, Atlético de Madrid), Inglaterra (pré época no Arsenal),Noruega ( Donn FC),Estados Unidos (Blue Heat) e China ( Beijing team).

MT: Das várias experiências que teve no estrangeiro qual foi a pior e qual foi a melhor?

EF: Acho que todas elas tiveram a sua importância, tanto desportivamente como pessoalmente, tentei tirar o melhor proveito de todas e fazer exclusivamente o que me competia, trabalhar, trabalhar e trabalhar. Destaco a mais positiva e por ser a primeira a da China, depois a dos Estados Unidos foi a mais recente mas também ela muito positiva, a da Noruega foi a menos positiva apenas porque houve alguns problema financeiros com o clube, mas de resto tudo correu dentro da normalidade, no que cabe ao desportivo.

MT: Recentemente esteve no SC Blue Heat nos EUA e fez uma época de sonho, foi a estrela da equipa e eleita uma das MVP (jogadora mais valiosa) da W-League. Quando foi para EUA tinha noção que podia ter tanto sucesso?

EF: Não, nada disso. Tinha expectativas de apenas fazer o meu melhor e depois logo se via, mas quando se trabalha bem ,com entrega e dedicação, os resultados surgem e sem dúvida foi dos melhores momentos desportivos que passei. Regressei a Portugal com o sentido de dever cumprido. E o sucesso é do grupo, é da equipa, porque se a equipa teve sucesso tu também o tens. Nada é conseguido só ;)



MT: Cada vez há mais jogadoras portuguesas a jogar no estrangeiro, praticamente a maioria das jogadoras da seleção jogam fora de Portugal. A Edite foi pioneira, mas agora há uma grande aposta nas jogadoras portuguesas, o que pensa deste facto?

EF: Sim cada vez mais existem jogadoras portuguesas lá fora, mas isso é positivo, é sinal que existe valor nas nossas jogadoras. Tenho pena que o nosso campeonato e os nossos clubes não consigam manter essas atletas, mas é a realidade do nosso futebol feminino em Portugal neste momento. Fui uma das pioneiras e ainda bem que o fiz, abri muitas portas para que hoje em dia seja muito natural saírem jogadoras de Portugal para jogar nas melhores ligas da Europa ou do Mundo. Sinto-me orgulhosa por isso e por ver que a nossa seleção também ganha com essas jogadoras lá fora, espero que continuem a sair mais. Mas o meu desejo é ver estas jogadoras todas de nível e com valor, jogarem no nosso campeonato e assim darem mais competividade e qualidade ao nosso futebol feminino em Portugal.

MT: Que conselhos daria as jogadoras mais jovens que sonham jogar no estrangeiro?

EF: O conselho é que continuem a trabalhar, a ter espirito de sacrifício, que saibam estar neste mundo do futebol feminino, que tenham muita paciência, que tentem sempre estar perto de pessoas que lhe aconselhem bem, que não se precipitem, que respeitem os clubes, as colegas, que exijam cada dia mais e mais de si próprias e principalmente nunca percam de “vista”, nem desistam da realização de um sonho, o de um dia ser profissional de futebol e viver exclusivamente daquilo que mais amam fazer.

MT: A Edite pela sua conhecida carreira é um dos maiores símbolos do futebol português, pela sua importância, experiencia e caracter, aceitou o nosso convite para fazer parte da Montra de Talentos e é uma das caras deste projecto. Porque aceitou associar-se a Montra de Talentos?

EF: Decidi fazer parte deste projecto porque me pareceu algo fiável, com garantias e acima de tudo é um projecto que quer que o futebol feminino em Portugal evolua. Demonstra através das atletas que fazem parte da Montra de Talentos, algo em que se pode confiar. Espero sinceramente que seja uma forma de dar a conhecer as nossas atletas Portuguesas e que tenha uma forma limpa e correcta na divulgação do nosso futebol feminino. É destes projectos e destas pessoas que fazem parte, que precisa o futebol feminino em Portugal.

MT: A Edite também foi convidada para assumir alguns cargos de responsabilidade na Montra de Talentos, mas a sua carreira e a forma profissional como encara os desafios não permitiu aceitar neste momento. Como reagiu a estes convites?

EF: Sinto-me lisonjeada por a Montra de Talentos se ter lembrado da minha pessoa,mas como foi referido antes, não poderei aceitar para já este desafio. Ficará para futuro o trabalho em conjunto. Mas continuarei a estar disponível na mesma para ajudar e apoiar o futebol feminino Portugues e este projecto.

MT: A Montra de Talentos aposta exclusivamente no futebol e futsal feminino e conta com apoio das melhores jogadoras de Portugal, incluindo as duas capitãs das respectivas selecções, a Rita Martins e a Edite Fernandes. O que acha desta aposta no feminino da Montra de Talentos?

EF: Acho que deverão aparecer mais pessoas e mais Montras de Talentos a apostar no futebol feminino em Portugal e nas nossas jogadoras portuguesas, só assim todos juntos poderemos chegar longe.

MT: Que contributo com este tipo de iniciativas e com os vossos exemplos podemos dar as jogadoras mais jovens com esta união total entre o futebol e futsal feminino?

EF: Aqui o mais importante é evolução do futebol feminino em geral, não faço uma distinção do futsal ou futebol 11, o trabalho em conjunto por vezes traz evolução.

MT: Recentemente a Carla Couto, sua colega da selecção e amiga foi transferida pela Montra de Talentos para a Lazio de Roma. A Carla Couto é a jogadora mais internacional de sempre e também um símbolo, o que acha desta nova aventura da Carla?

EF: Acho que a Carla merecia esta oportunidade de novo de estar a jogar numa das melhores ligas da Europa e num dos melhores clubes. A Carla não só é distinguida por ser a mais internacional, mas sim por ser um dos exemplos para todas(os) nós. É uma excelente jogadora, com qualidades técnicas acima da media, com uma longa experiencia nacional e internacional e grande ser humano. Merece que esta sua nova aventura seja de muito sucesso e que continue a dar-nos o gosto de a ver a jogar na nossa seleção. É UMA GRANDE AMIGA.

MT: Qual foi o pior e o melhor momento da sua brilhante carreira?

EF: Não tive pior momento graças a deus,(que me lembre não),mas tenho um jogo que me recordo que “sofri” muito e senti-me “impotente”, há muitos anos atrás um jogo contra a Alemanha e que perdemos 13-0, marcou-me negativamente. Até hoje acho que é a parte mais negativa da minha carreira. O melhor momento, não sei, porque tive muitos momentos bons, destaco a primeira internacionalização como mais emocionantes, mas acho que o melhor ainda estará para vir. ;) Tenho fé. Acredito!

MT: A gestão da sua carreira destaca-se por uma gestão mais profissional, tem a sua página de atleta o facebook, tem o seu blog pessoal: edite-fernandes.blogspot.com, fez um spot publicitário para a Mcdonals e dá várias entrevistas, não acha que as restantes jogadoras deviam ter uma gestão mais cuidada das respectivas carreiras? Pouca ou nenhuma informação se encontra de várias jogadoras portuguesas, algo que a Montra de Talentos também quer mudar.

EF: Sim, eu acho que deviam ter uma imagem mais cuidada, deveriam ter uma gestão diferente, mas aí depende dos objectivos que têm e o que pretendem do futuro. Acho que a Montra de Talentos poderia ajud

ar e apoiar algumas atletas que estivessem interessadas a uma diferente gestão da carreira, sem dúvida haveria melhorias.

MT: Quais são os seus objectivos a curto, médio e longo prazo?

EF: Muito fácil, um dia de cada vez... e enquanto o telemóvel tocar é bom sinal. Coisas boas para o futuro. Mais não digo. ;)

MT: O que gostava de fazer quando terminar a carreira, algo que desejamos que só aconteça daqui a muitos anos?

EF: Não sei, ou melhor sei, mas não quero pensar nisso. Gostava de ficar ligada ao futebol e ter um estabelecimento de hotelaria, mas até lá ainda tenho tempo para pensar e preparar o futuro. ;)

MT: Quer deixar uma mensagem final para todas as jogadoras ou para as que querem jogar mas por algum motivo ainda não tiveram coragem?

EF: A mensagem é simples, não desistam nunca do vosso sonho. Acreditem que é sempre possível chegar longe.

MT: O que dizem os seus olhos?

EF: Eu cheguei longe! E sou feliz.


Obrigado Edite.
Montra de Talentos - PORTUGAL
www.montradetalentos.com